A voz de João Guimarães Rosa ouvida através de duas novelas:
"A hora e a vez de Augusto Matraga" e Dão-la-lalão - O devente"
A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA
(João Guimarães Rosa)
(João Guimarães Rosa)
Em a Hora e a vez de Augusto Matraga narra-se a estória do Coronel Augusto Esteves, fazendeiro latifundiário e violento, criador de casos e boêmio, que depois de uma emboscada que quase o leva à morte transforma-se no beato Augusto Matraga. É uma estória de redenção, espiritualidade e conversão. Ao longo do enredo, o protagonista passa do mal ao bem, da perdição à salvação. O agente dessa passagem é o jagunço Joãozinho Bem-bem, ao qual podemos associar o ditado: Deus escreve certo por linhas tortas; pois é o famigerado "Bem-bem" que permite a morte gloriosa e salvadora de Matraga. A dualidade entre o bem e o mal parece marcar esse mundo de jagunços e fazendeiros, no qual há a possibilidade de conversão quando chega a vez e hora certa das pessoas.
DÃO
–LALALÃO – O DEVENTE
(João Guimarães Rosa)
Dão-lalalão narra a estória de um
ex-boiadeiro e famoso matador de valentões conhecido como Soropita. A estória
se passa durante uma cavalgada por veredas do sertão, quando Soropita em devaneios
relembra sua vida amorosa e cotidiana. O objetivo central desse devaneio e seu
maior segredo é sua mulher Doralda, ex-prostituta em Montes Claros. No meio
dessa travessia, que vai do povoado de Andrequicé a um lugar conhecido como Ão,
Soropita encontra-se com Dalberto, seu velho amigo, que acende uma suspeita:
teria Dalberto conhecido Doralda, aliás, Sucena, como era chamada nos tempos
que vivia como prostituta? O conflito central da estória circula em torno da
contraposição entre amor/ pulsão versus preconceito moral, social e racial.
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